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Flora intestinal desregulada causa dor crônica?


flora intestinal desregulada pode afetar sua saúde

Sabe aquela sensação de que algo “não vai bem” no seu corpo, mesmo quando os exames parecem normais? Pois é… às vezes, o problema pode estar onde a gente menos imagina: no intestino.


A ciência tem mostrado que a flora intestinal, ou microbiota, como os especialistas chamam, não influencia apenas a digestão, mas também o humor, o sistema imunológico e, pasme, até a percepção da dor.


Nos últimos anos, essa conexão entre o intestino e a dor crônica tem sido cada vez mais estudada. E os resultados são impressionantes: quando há um desequilíbrio nas bactérias que vivem dentro de nós, o corpo inteiro pode sentir as consequências.


O que é a flora intestinal?


A flora intestinal é um conjunto gigantesco de micro-organismos que vivem dentro do nosso intestino, especialmente no intestino grosso. Estima-se que existam mais de 100 trilhões de bactérias habitando o corpo humano, e a maioria delas mora ali.


Essas bactérias são muito mais do que simples “moradoras”: elas participam ativamente de funções vitais. Ajudam a digerir alimentos, absorver nutrientes, produzir vitaminas (como a K e algumas do complexo B) e até proteger o organismo contra micro-organismos nocivos.


Mas talvez o papel mais fascinante seja o da comunicação com o cérebro. Sim, o intestino “conversa” com o sistema nervoso central o tempo todo, por meio do chamado eixo intestino-cérebro. Essa conexão explica por que um intestino desregulado pode afetar o humor, o sono e até o limiar da dor.


Qual a diferença entre flora e microbiota intestinal?


Apesar de muita gente usar os dois termos como sinônimos, há uma pequena diferença técnica. “Flora intestinal” é uma expressão mais antiga, criada numa época em que se acreditava que as bactérias se comportavam como “plantas” dentro do organismo — por isso o termo “flora”.


Hoje, os cientistas preferem o termo microbiota intestinal, que é mais preciso. Ele se refere não apenas às bactérias, mas também a vírus, fungos e outros micro-organismos que fazem parte desse ecossistema complexo e fundamental para a nossa saúde.


Ou seja, quando falamos de “flora intestinal”, estamos nos referindo à microbiota de uma forma mais popular. O importante é entender que o equilíbrio dessas populações é o que mantém o intestino e todo o corpo funcionando bem.


Quais são os sintomas de alteração crônica da flora intestinal?


Quando a microbiota entra em desequilíbrio, o corpo começa a dar sinais. Alguns são mais óbvios, como alterações no trânsito intestinal, diarreia, constipação, gases, inchaço abdominal.


Mas há outros sintomas mais sutis e sistêmicos, que muita gente nem imagina estarem ligados ao intestino.


Entre eles:


  • Fadiga constante.

  • Dores musculares e articulares sem causa aparente.

  • Dores de cabeça frequentes.

  • Alterações de humor, como ansiedade e irritabilidade.

  • Queda na imunidade.

  • Dificuldade para dormir.


Mas o ponto mais interessante é a relação entre disbiose (desequilíbrio da microbiota) e dor crônica. Estudos mostram que a inflamação intestinal causada pela disbiose pode sensibilizar o sistema nervoso. Isso faz com que o corpo fique mais reativo à dor, mesmo em regiões que não têm nada a ver com o intestino. 


Ou seja, quando o intestino está desregulado, o cérebro pode interpretar estímulos normais como dolorosos. E isso explica por que pessoas com disbiose costumam relatar dores difusas, como fibromialgia, dores articulares ou musculares persistentes.


Além disso, a microbiota desequilibrada pode interferir na produção de neurotransmissores como serotonina e dopamina, que também estão ligados à modulação da dor e do bem-estar.


Quais os tratamentos?


É possível reequilibrar a flora intestinal e, com isso, melhorar não apenas a digestão, mas também o controle da dor crônica.


O tratamento começa com uma mudança na alimentação. Dietas ricas em fibras, frutas, legumes e verduras ajudam a alimentar as “boas bactérias” do intestino. Alimentos fermentados, como iogurte natural, kefir, kombucha e chucrute, também podem ajudar a restaurar o equilíbrio.


Por outro lado, é importante evitar o consumo excessivo de ultraprocessados, açúcares refinados, álcool e gorduras ruins, que favorecem o crescimento de bactérias inflamatórias.


Em alguns casos, o médico pode indicar o uso de probióticos (micro-organismos vivos que ajudam a repovoar o intestino) e prebióticos (fibras que servem de alimento para essas bactérias benéficas).


Mas o tratamento não se limita à alimentação. Dormir bem, reduzir o estresse e praticar atividades físicas também ajudam muito na regulação da microbiota. O intestino sente o impacto das emoções.


Em situações mais complexas, como em pacientes com dor crônica persistente, pode ser necessário um acompanhamento conjunto entre especialistas em dor, gastroenterologistas e nutricionistas, para avaliar o quadro de forma ampla e personalizada.


Tratar a dor crônica sem olhar para o intestino é como tentar resolver um quebra-cabeça sem todas as peças. Às vezes, o que parece ser um problema nas articulações, músculos ou nervos pode ter origem mais profunda e silenciosa no sistema digestivo.


Cuidar da flora intestinal é cuidar de todo o corpo


Se o intestino está em desequilíbrio, o corpo fala e muitas vezes fala por meio da dor. Entender essa relação é um passo importante para quem convive com dores crônicas sem causa aparente.


Se você sente dores persistentes, desconforto abdominal, fadiga ou alterações de humor, pode ser hora de olhar com mais atenção para a sua saúde intestinal.


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