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Dor crônica: ela piora com o tempo?



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A dor crônica é uma realidade de muitas pessoas e a maioria nem sabe que está enfrentando. Diferente da dor aguda, que aparece como um alerta temporário do corpo, a crônica persiste por meses e, em alguns casos, por anos. E aí surge uma pergunta que escuto com frequência no consultório: “Doutora, essa dor vai piorar com o tempo?”


A resposta não é simples, mas é essencial entender que a dor crônica pode, sim, se intensificar quando não recebe o tratamento certo. Isso porque, com o tempo, ela deixa de ser apenas um sintoma de um problema físico e se transforma em uma condição. Assim, ela afeta o sistema nervoso, o equilíbrio emocional e a qualidade de vida da pessoa.


Neste artigo, como médica especialista em dor, quero te ajudar a entender o que é a dor crônica e por que ela pode piorar. Além disso, quero mostrar quais são os tipos mais comuns e, principalmente, o que você pode fazer para controlar! A informação é o primeiro passo para recuperar o bem-estar e viver com mais leveza. Vamos conversar sobre isso?


O que significa dor crônica?


A dor crônica é aquela que ultrapassa o tempo normal de cura de um tecido ou condição. Ou seja, ela persiste por mais de três meses e pode continuar mesmo após a causa inicial ter desaparecido.


Ao contrário da dor aguda — que é um sinal de alerta do nosso corpo de que algo está errado — a dor crônica pode tornar-se um problema em si. Ela mostra que o corpo tem um problema maior, tornando a dor não apenas um sinal, mas um sintoma de algo maior. 


Quando a dor deixa de ser um sintoma e vira uma doença?


Essa é uma dúvida comum entre meus pacientes. A dor deixa de ser apenas um alerta do organismo e passa a comprometer a qualidade de vida justamente quando ela deixa de ser só um sintoma e passa a ser considerada uma doença crônica. Assim, ela interfere no sono, no humor, na alimentação e nas atividades diárias.


Imagine que você começou a sentir uma dor no joelho. Ela parecia aguda, você chegou a tomar alguns remédios por conta,, mas ela foi aumentando de frequência. Dessa maneira, com o passar dos meses, ela se tornou crônica, afetando o seu sono, o jeito que você senta, anda…o futebol ou a atividade física que gostava de fazer se torna algo doloroso. Isso é a dor crônica agindo!


Dor crônica: ela piora com o tempo?


Sim, infelizmente, a dor crônica pode piorar com o tempo — principalmente se não for tratada de forma certa e com apoio de um especialista. Com o passar do tempo, ela pode sensibilizar ainda mais o sistema nervoso. E sabe o que isso significa? Que estímulos antes considerados normais (como um toque leve ou frio) podem começar a causar dor.


Lembrar da dor no joelho? Poderá chegar um tempo que um simples toque ou esbarrão fará você ter dor. Além disso, a dor crônica traz outros sintomas, como formigamento, dormência, inchaços e vermelhidão.  


Dessa maneira, o cérebro pode começar a “memorizar” essa dor e interpretá-la de forma amplificada, o que chamamos de sensibilização central. Alguns fatores podem agravar este tipo de dor, como:


  • Falta de diagnóstico correto

  • Sedentarismo

  • Estresse crônico e depressão

  • Má qualidade do sono

  • Uso inadequado de medicamentos


Quando é hora de buscar ajuda especializada?


Se você sente dor há mais de três meses, ou se ela está limitando suas atividades diárias, é hora de procurar um especialista. Quanto antes o tratamento começar, maiores são as chances de controlar a dor e evitar sua progressão.


Quais são os tipos de dor crônica?


Existem vários tipos de dores crônicas, como as musculoesqueléticas, que como o nome já diz, atinge músculos, articulações, ossos e tendões. Ela é a mais comum e afeta as costas, ombros, joelhos, quadril…


Temos também a dor neuropática. Ela surge de lesões ou alterações no sistema nervoso e pode causar formigamentos, choques ou dormência. Em forma mais simples de explicar, muitas vezes é quando um nervo é machucado ou comprimido.


Já a dor inflamatória ocorre devido a processos inflamatórios persistentes no corpo. É comum em doenças autoimunes, que são aquelas quando estamos com o sistema de defesa desregulado e o nosso próprio organismo nos ‘ataca’..


A dor mista, como o nome já diz, é quando há combinação de dois ou mais tipos de dor — por exemplo, dor inflamatória com dor neuropática.


Quais são as dores crônicas mais comuns?


Dentro deste quadro dos tipos de dores crônicas, nós temos também as mais comuns em cada uma. Como disse, as musculoesquelética são as que atinge grande parte da população. Vamos conferir algumas:


Lombalgia (dor nas costas): Pode ter origem postural, degenerativa ou muscular.


Enxaqueca: Dores de cabeça recorrentes, geralmente acompanhadas de náusea e sensibilidade à luz.


Fibromialgia: Caracteriza-se por dores generalizadas no corpo, fadiga e distúrbios do sono.


Artrite e artrose: Inflamações e desgastes nas articulações, que causam dor, rigidez e limitação de movimentos.


Dor pélvica crônica: Mais comum em mulheres, pode ter diversas causas ginecológicas ou intestinais.


Dor oncológica: Relacionada ao câncer e seus tratamentos, pode ser intensa e precisa de cuidado especial.


Como se livrar da dor crônica?


Para quem convive com dor crônica, o primeiro passo rumo ao alívio é um diagnóstico correto. Sem compreender a real causa da dor, torna-se praticamente impossível aplicar um tratamento eficaz e duradouro. Por isso, é essencial procurar um especialista em dor, que poderá avaliar o quadro com atenção.


O tratamento pode envolver tanto abordagens farmacológicas quanto não farmacológicas. Entre os medicamentos mais utilizados estão os analgésicos, antidepressivos e anticonvulsivantes, que ajudam a modular a dor e melhorar a qualidade de vida. No entanto, há também recursos sem uso de remédios que têm mostrado excelentes resultados, como a fisioterapia, a prática de exercícios adaptados e técnicas de relaxamento.


A reabilitação física é outro pilar fundamental no combate à dor crônica. Mesmo quando a dor está presente, movimentar-se com segurança — sob orientação profissional — pode melhorar a mobilidade, fortalecer os músculos e reduzir significativamente o desconforto.


Se você entendeu neste texto que sofre de dor crônica, entre em contato comigo e podemos marcar uma consulta, presencial ou on-line. O importante é você ter um diagnóstico correto para um tratamento eficaz!


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