Como tratar a dor oncológica?
- Dra Marcela Mara

- Oct 6
- 3 min read

A dor é um dos sintomas mais temidos e difíceis enfrentados por pacientes em tratamento contra o câncer. Embora cada organismo reaja de forma diferente, a dor oncológica pode impactar a qualidade de vida, comprometendo o sono, o apetite, o bem-estar emocional e até a disposição para continuar o tratamento.
Mas hoje existem diversos recursos eficazes para aliviar esse sintoma de dor, trazendo mais conforto e dignidade para o paciente. Analgésicos, terapias complementares e até o canabidiol podem ajudar os pacientes no alívio das dores.
Continue a leitura deste texto que fiz para você conhecer melhor sobre esta dor e como aliviar os sintomas.
Porque paciente oncológico sente dor?
Nem todo paciente com câncer sente dor, mas quando ela aparece pode estar relacionada a diferentes fatores. O tumor, por exemplo, pode crescer e comprimir nervos, ossos ou órgãos vizinhos, provocando desconforto intenso. Além disso, tratamentos como quimioterapia, radioterapia e cirurgias podem gerar efeitos colaterais dolorosos, como inflamações, lesões nos tecidos e neuropatias.
A dor oncológica também pode surgir de doenças ou condições associadas ao quadro do paciente, como artrite, hérnia de disco ou infecções, o que torna a avaliação médica ainda mais importante para identificar todas as possíveis causas.
O mais relevante é que a dor nunca deve ser vista como um "efeito inevitável" do câncer. Ela pode e deve ser tratada com cuidado e acompanhamento especializado.
Quais são os três tipos de dor relacionadas ao câncer?
A dor oncológica não é igual para todos. Médicos a classificam em três tipos principais, o que ajuda a definir a melhor forma de tratamento:
Dor nociceptiva: Esse tipo de dor acontece quando há lesão ou inflamação em tecidos, músculos, ossos ou órgãos. É a dor mais comum quando o tumor invade outras partes do corpo ou quando há complicações como fraturas e inflamações. Costuma ser descrita como uma dor localizada, latejante ou constante.
Dor neuropática: Resulta da compressão ou lesão nos nervos causada pelo próprio tumor ou até mesmo por tratamentos, como a quimioterapia. É uma dor muitas vezes descrita como queimação, formigamento ou choque elétrico, e pode ser bastante resistente a analgésicos comuns.
Dor mista: É a combinação da dor nociceptiva e da dor neuropática, sendo bastante frequente em pacientes oncológicos. Exige abordagem terapêutica mais abrangente, combinando diferentes estratégias de alívio.
Identificar corretamente o tipo de dor é fundamental para definir o tratamento adequado e evitar que o paciente sofra de forma desnecessária.
Quais são os sintomas da dor oncológica?
A dor oncológica pode se manifestar de formas variadas, dependendo do estágio da doença, da localização do tumor e da resposta individual de cada paciente. Alguns sintomas mais relatados são:
Dor constante ou intermitente;
Sensação de queimação, formigamento ou dormência;
Dor que piora à noite, atrapalhando o sono;
Dificuldade para realizar atividades simples do dia a dia;
Fadiga e perda de apetite devido ao desconforto constante;
Alterações no humor, como irritabilidade, ansiedade e até depressão.
Um ponto importante é que a dor oncológica não afeta apenas o físico. Ela tem grande impacto emocional e psicológico, podendo comprometer a motivação do paciente em continuar o tratamento. Por isso, precisa ser avaliada de forma integral, com foco no corpo e na mente.
Como tratar a dor oncológica?
O tratamento da dor oncológica deve ser sempre individualizado, considerando a intensidade, o tipo de dor e o estado clínico do paciente. Em primeiro lugar, medicamentos analgésicos, que vão desde anti-inflamatórios e opioides até fármacos específicos para dor neuropática, como anticonvulsivantes e antidepressivos.
Além disso, o médico pode buscar bloqueios anestésicos e infiltrações. Esta terapia são os medicamentos aplicados diretamente no ponto da dor, para casos mais resistentes, ajudam a controlar a dor localizada. O canabidiol tem se tornado uma ótima opção em alguns casos também para o alívio da dor.
A fisioterapia e a reabilitação são importantes porque ajudam a fortalecer o corpo, reduzir tensões musculares e melhorar a mobilidade. Não se esqueça da parte emocional, que é muito afetada em pacientes com câncer. O suporte psicológico lida com o impacto emocional e mantém a qualidade de vida. O mais importante é que a dor pode ser controlada na grande maioria dos casos, desde que o paciente receba atendimento especializado e acompanhamento contínuo.
Se você ou alguém próximo enfrenta o desafio da dor oncológica, saiba que não é preciso conviver com esse sofrimento. O tratamento adequado pode trazer alívio e devolver qualidade de vida. Caso queira saber mais sobre esta dor e a dor crônica em si, siga o meu perfil no Instagram.





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