Canabidiol: 4 tipos de dor crônica que ele ajuda a tratar
- Dra Marcela Mara

- Nov 17
- 4 min read

Nos últimos anos, o canabidiol (CBD) tem ganhado destaque na medicina como uma alternativa promissora para o tratamento da dor crônica. O interesse não é à toa: o CBD, um dos compostos da planta Cannabis sativa, tem propriedades analgésicas e anti-inflamatórias comprovadas por estudos científicos.
Mas, diferente do que muita gente ainda imagina, o canabidiol não tem efeito psicoativo — ou seja, não causa os efeitos que a droga ilegal gera e nem altera a consciência. Ele age no sistema nervoso de forma terapêutica, ajudando a equilibrar funções do corpo que estão em desequilíbrio, especialmente quando há inflamação, dor persistente e distúrbios do sono.
Nos últimos anos estudei o uso da substância para aliviar sintomas da dor crônica e tenho certificação em medicina canabinoide como prescritora pela WeCann. Portanto, quero te mostrar melhor como ele atua e em quais tipos de dor crônica o canabidiol pode ser um grande aliado!
Como o canabidiol age no corpo?
Nosso organismo possui o chamado sistema endocanabinoide, um conjunto de receptores distribuídos pelo cérebro, sistema nervoso e órgãos. Esse sistema é responsável por manter o equilíbrio interno. Ou seja, ele regula o humor, apetite, sono, a resposta inflamatória e, claro, a percepção da dor.
O canabidiol atua justamente sobre esses receptores, modulando a resposta do corpo à dor e à inflamação. Em muitos pacientes, ele ajuda a reduzir a sensibilidade à dor, diminuir a tensão muscular e melhorar o sono e o bem-estar geral. O que, na prática, transforma a qualidade de vida de quem convive com dor crônica.
Em alguns tratamentos o CBD ajuda muito, então vamos às quatro dores crônicas em que o CBD tem se mostrado mais eficaz:
1. Dor neuropática
É uma das mais difíceis de tratar. Ela acontece quando há uma lesão ou mau funcionamento dos nervos, como nos casos de neuropatia diabética, esclerose múltipla ou dor pós-herpética.
O canabidiol tem se mostrado eficaz nesses casos porque atua diretamente nos receptores que controlam a transmissão da dor no sistema nervoso central. Ele também reduz a inflamação dos nervos e ajuda a reequilibrar a atividade elétrica das células nervosas, diminuindo as crises dolorosas e aquela sensação de formigamento, queimação ou choques elétricos típicos dessa condição.
Além disso, o CBD ajuda a reduzir a dependência de medicamentos mais fortes, como opioides e anticonvulsivantes, que muitas vezes causam efeitos colaterais importantes.
2. Dor musculoesquelética (como fibromialgia)
Pacientes com fibromialgia, tensões musculares crônicas ou síndromes miofasciais frequentemente relatam melhora significativa com o uso do canabidiol.
Isso acontece porque o CBD tem um efeito relaxante muscular e ansiolítico, reduzindo a rigidez e o estresse físico e mental que alimentam o ciclo da dor. Ele também atua sobre neurotransmissores ligados à percepção da dor, como a serotonina.
Em outras palavras, o canabidiol ajuda o corpo a encontrar um novo ponto de equilíbrio, controlando tanto a dor física quanto o sofrimento emocional que costuma vir junto com ela.
3. Dor inflamatória (como artrite)
Outro tipo de dor crônica muito comum é a dor inflamatória, presente em doenças como artrite e doenças autoimunes. O canabidiol tem ação anti-inflamatória comprovada, agindo para reduzir a liberação de substâncias inflamatórias (citocinas) e diminuir o inchaço nas articulações.
Em pacientes com artrite, por exemplo, o uso contínuo do CBD pode ajudar a melhorar a mobilidade, reduzir a rigidez matinal e até retardar o avanço da inflamação nas articulações. Além disso, muitos relatam uma melhora no sono e no humor, o que é essencial para quem convive com dor constante.
4. Dor oncológica
A dor relacionada ao câncer, seja causada pelo tumor ou pelos efeitos dos tratamentos como quimioterapia e radioterapia, também pode ser amenizada com o uso do canabidiol.
Nesses casos, o CBD atua como um modulador da dor, reduzindo tanto a sensibilidade nervosa quanto a inflamação local. Além disso, ele ajuda a controlar sintomas secundários, como náuseas, ansiedade, insônia e perda de apetite, muito comuns durante o tratamento oncológico.
Vale ressaltar que o canabidiol não substitui o tratamento oncológico convencional, mas pode ser um importante complemento para aliviar o sofrimento e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
O que dizem os estudos?
Diversas pesquisas têm reforçado o papel do CBD no tratamento da dor crônica. Um estudo publicado no Journal of Pain Research mostrou que pacientes com dor neuropática e musculoesquelética relataram redução significativa da dor e melhora do sono após o uso de canabinoides.
Outros estudos apontam que o canabidiol pode ajudar na redução do uso de opioides, o que representa um grande avanço, já que esses medicamentos, embora eficazes, trazem risco de dependência e efeitos colaterais graves.
O uso do canabidiol é seguro?
Quando prescrito por um médico e usado nas doses adequadas, o canabidiol é considerado seguro e bem tolerado. Os efeitos colaterais, quando ocorrem, costumam ser leves, como sonolência, boca seca ou alteração no apetite.
No Brasil, a Anvisa já regulamenta o uso medicinal do canabidiol, e ele pode ser prescrito legalmente por profissionais de saúde para diferentes condições clínicas, incluindo dores crônicas.
Busque por profissionais qualificados!
O canabidiol não é uma solução mágica, mas é uma ferramenta poderosa no cuidado moderno da dor crônica. Ele oferece uma alternativa mais natural, com menos efeitos adversos, e atua de forma abrangente.
Se você convive com dor há muito tempo e quer entender se o CBD pode ajudar no seu caso, converse com um médico especialista em dor. O tratamento individualizado é sempre o caminho mais seguro e eficaz.
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